Já diz o humorista Danilo Gentili “que quando se queima uma lâmpada na sua casa, o ideal é trocá-la de imediato”. Com essa pérola de sabedoria podemos fazer um paralelo aos mais diversos casos que temos vivido em nossa comunidade e que não são de hoje.
As nossas lâmpadas queimadas podem ser tanto as péssimas condições de conservação nos prédios históricos, a exemplo do Pantheon dos Heroes, Theatro São João, Cine Teatro Imperial, mas também temos lâmpadas queimadas no caso do Parque do Monge e, mais recentemente, no caso do Pedágio.
O que significa trocar uma lâmpada ao vê-la queimando? Significa que temos que resolver os problemas no momento em que ele se apresenta. Se não o fizermos brevemente outra lâmpada estará apagada também, assim como aparecerá uma trinca numa parede de nossa casa, ou talvez o jardim que era tão bonito e bem cuidado agora esteja cheio de mato.
Voltando à nossa realidade, o que podemos falar sobre todos os casos concretos citados sobre nossa comunidade? Podemos afirmar que nós não nos mexemos o suficiente para corrigir os problemas no momento em que se apresentou. Deixamos o patrimônio se deteriorar com o tempo, abandonamos o Cine Teatro, não demos importância às modificações propostas para o Parque do Monge e, por último, deixamos para os últimos dias a busca por soluções com relação ao Pedágio da Lapa, que terá seu contrato assinado no dia 26 de janeiro e a cobrança começará em 30 dias após este fato.
Todos estes casos foram levantados por pessoas de nossa comunidade nos momentos em que os problemas foram constatados, mas a população como um todo não quis se envolver em nenhum embate, talvez por comodismo, talvez por não querer pegar inimizade com alguém que seria responsável pelo problema ou talvez por simples ‘deixa disso’, o comum ‘não dá nada’ que estamos tanto acostumados a dizer.
Como as lâmpadas vão se queimando e não vamos trocando, nossa casa está com cara de abandonada e agora cada um que mora nesta casa joga a responsabilidade da solução no outro, tirando o seu da reta. Aí aparecem aqueles que dão a cara a tapa e tentam reunir pessoas para solucionar os objetivos, mas estes não são levados a sério, visto que o problema já tomou uma proporção muito maior do que pode ser resolvida apenas com apoio mútuo.
No caso do Parque do Monge, já são mais de 20 anos que o problema persiste, assim como também já sabemos que o Pedágio voltaria a ser cobrado em algum momento e, neste meio tempo, muito pouca gente se mexeu e não recebeu apoio de vulto, seja da comunidade ou mesmo dos nossos ‘eleitos’ para comandar a cidade.
Precisamos ter em mente que vivemos em uma comunidade onde cada qual tem a sua responsabilidade e precisa levantar sua voz com ação ou indignação para fazer os ‘pequenos reparos’ que mantém as coisas andando. Reformar um local depois de inúmeros problemas constatados não é fácil, é custoso e acaba desanimando, afinal, quem detém os recursos para fazer as coisas também tem que dividir as parcas economias entre cada um dos problemas para poder, no mínimo, dar uma maquiada.
