1.Do ministério da pregação jungido à oração

Jesus Cristo disse aos Seus discípulos: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á. Ou qual dentre vós é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra? Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?” – Mateus 7.7-11.

Depois de Jesus Cristo haver instruído Seus discípulos e de haver instituído o ministério da pregação pura da Palavra de Deus, lei e Evangelho, para que soubessem o que pregar e como deveriam viver, Ele acrescenta, aqui, uma admoestação à oração. Com isto, Ele quer ensinar-lhes que, ao lado do ministério da pregação, a oração é a obra mais importante de uma pessoa discípula. Ela sempre deve acompanhar a pregação e, para lhes mostrar que, na cristandade, não há nada mais necessário, por estarmos constantemente expostos a tantas tentações e termos que enfrentar tantos empecilhos à Palavra e à fé. Por isto se deve orar sem cessar, para que Deus dê Sua graça e Seu Espírito, para que a doutrina se fortaleça e tome um impulso entre nós mesmos e entre outros / outras. Pois, Ele, Deus, prometeu no profeta Zacarias, que Ele iria derramar sobre as pessoas crentes nEle, via Palavra e fé, um espírito da graça e de súplicas – Zc 12.10. Portanto, Ele resume aqui nestes dois pontos toda a existência cristã.

Jesus Cristo quer dizer o seguinte: Eu lhes dei instruções, para que saibam como viver de modo correto e de que têm que precaver-se. Ora, também faz parte disto que peçam e continuem confiantemente procurando e batendo sem se cansar ou relaxar. Porque haverá necessidade de pedir, procurar e bater, pois, embora tanto a doutrina quanto a vida tivessem feito um bom início, elas sofrerão toda sorte de mazelas e escândalos, que nos impedem e atrapalham diariamente, de modo que não conseguimos progredir. Contra isto temos que lutar constantemente com todas as forças, e não há defesa mais forte do que a oração. Se não a praticarmos, é impossível subsistir e continuar sendo cristão, como o podemos observar perfeitamente nos tantos obstáculos que se opõem diariamente ao Evangelho, mas, também, à correta prática da oração. Comportamo-nos, não raro, cá e lá, como se essa advertência e admoestação não nos dissessem respeito e como se agora não devêssemos mais orar. Isto não é um bom sinal, e é de se temer que nos sobrevirá muita desgraça que podíamos ter evitado.

Por isso, toda pessoa cristã deve aceitar a admoestação de Cristo, primeiro, como um mandamento, do mesmo modo como o artigo anterior: “Não julgueis”, etc. é um mandamento. Ele deve saber que tem a obrigação de exercitar-se nesta obra cristã e que não deve fazer como aqueloutro proprietário rural que disse que dá cereais ao pastor para que ore por ele, e assim, seja, em consequência da oração, abençoado. Ou como outros que pensam: que diferença faz minha oração? Se eu não oro, outros/as o fazem. Não pensemos que orar não nos diz respeito ou que está entregue ao livre arbítrio cumprir ou não o mandamento de Cristo. Em segundo lugar, depois da advertência admoestadora nós temos aqui, como gente discípula do presente, a consoladora promessa e rica oferta que Cristo faz em relação à oração, para mostrar que Ele se importa com isto, e para que se aprenda a considerar nossa oração preciosa e cara perante Deus, porque nos convida a ela com tanta seriedade, e nos encoraja tão amigavelmente e promete que não iremos pedir em vão. E mesmo que não tivéssemos outro motivo nem estímulo exceto esta palavra amigável e rica, ela deveria ser suficiente para nos incitar à oração, sem falar no fato de que nos adverte e ordena tão encarecidamente e de modo tão sublime e pelo fato de que precisamos dela, do fundo do coração.

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com