11. NÃO JULGUEIS

Jesus Cristo, o Filho unigênito de Deus Pai, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, disse: “Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também. Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão. Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos dilacerem. Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á. Ou qual dentre vós é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra? Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem? Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas” – Mt 7.1-12.

Que farão os discípulos em face dos corações endurecidos? Que tardo quando não encontram acesso ao outro? Devem reconhecer que, de forma alguma, têm direito ou poder sobre o outro, que não possuem acesso imediato ao outro, de maneiras que lhes resta apenas o acesso àquele em cujas mãos estão eles próprios tão bem como o outro. Disso trata o que segue. Os discípulos são levados à oração. Ficam sabendo que não há caminho ao outro a não ser a oração a Deus. Juízo e perdão continuam na mão de Deus. Ele fecha e abre. E se Ele fechou ninguém abre; e, se abriu ninguém fecha. Os discípulos devem pedir, procurar, bater, e serão ouvidos, por graça dEle. E devem saber que sua solicitude e preocupação pelos outros deve levá-los à oração. A promissão que sua oração tem, constitui-se em seu maior poder.

Nisso se distingue a busca de Deus dos discípulos da dos gentios: aqueles sabem o que buscam. Somente quem já conhece a Deus via Jesus Cristo pode buscá-lo, por fé. Como poderia alguém buscar o que desconhece? Como poderia achar se nem mesmo sabe o que busca? Assim os discípulos buscam a Deus a quem encontram na promessa que Jesus lhes deu.

Resumindo, quanto ao julgamento: Evidenciou-se que os discípulos não dispõem de um direito especial próprio, de poder próprio no encontro como outras pessoas. Ele vive exclusivamente do poder e da comunhão de Jesus Cristo. Jesus dá aos discípulos uma regra muito simples por meio da qual mesmo o mais ingênuo pode constatar se o seu trato com os outros está certo ou errado, para tanto basta inverter os papéis: basta pôr-se em lugar do outro e ao outro em seu próprio. “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles.” No mesmo instante o discípulo perde qualquer direito especial em relação ao outro, e não poderia desculpar para si o que condena no outro. Daí por diante é tão severo contra o mal nele próprio como costumava ser contra o mal no outro; e será tão condescendente para com o mal no outro, como condescendente é consigo mesmo. Pois o nosso mal em nada difere do mal do outro. Há somente um juízo, uma lei, uma graça. Assim o discípulo tratará o outro sempre como alguém que recebeu perdão dos pecados e que passa a viver exclusivamente do amor de Deus, em e por causa de Jesus Cristo, o nosso único e suficiente SENHOR, Salvador, Remidor. “Esta é a lei e os profetas”, pois nada mais é do que o maior mandamento: Amar a Deus acima de todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo.

 

 

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
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