Jesus Cristo disse: “Entrai pela porta estreita. Pois é espaçosa a porta e largo o caminho que leva à condenação. E são muitos os que andam por ele. E é estreita a porta e apertado o caminho que leva à vida, e são poucos que o encontram” – Mt 7.13-14.
Cristo ensinou ‘vazar’ os olhos ou, então, desviá-los, para que, de modo algum, olhemos para a grande multidão autoindulgente, e, sim, tão-somente para a Palavra de Deus, e para que saibamos que deve e tem que ser assim: a estrada para a condenação é larga e a porta é ampla, e muitos andam por ela. E, por outro lado, a porta para a vida é apertada e o caminho estreito, e são muito poucos os que andam por ele. Por isso, de nada vale quando autoridades religiosas se ufanam de sua fé autoinovada, dizendo: nós somos muitos e nós o observamos assim por longo tempo. Por isso, nossa doutrina tem que estar certa, em virtude da idade. Aí Cristo lhes contrapõe secamente o contrário e o chama de estrada para a condenação, que é larga e bem aplainada, e admoesta que não nos deve servir de motivo de tropeço o fato de serem tão poucos que estão na Palavra, e, eles uma multidão tão grande.
Como deve ter se sentido a virgem Maria quando veio o anjo e lhe trouxe a mensagem de que seria a mãe do Altíssimo? Quem dentre os que estavam com ela acreditou nisto ou lhe deu apoio? Teria ela pensado nas muitas filhas de ricos, nobres e grandes senhores e autoridades? E Deus não teria achado outra moça para essa sublime obra, da qual ainda nenhuma virgem fora considerada digna a não ser ela, uma pobre, desconhecida e desprezada serva? Como se teria sentido o patriarca Abraão quando teve que sair da Caldéia e seguir sozinho como se ele fosse o único cristão – Gn 12.1ss. – e o mundo inteiro fosse condenado? Mas ele não pôde preocupar-se com isto e dar atenção a outras pessoas, e, sim, teve que dizer: o que Deus faz e fará com o mundo inteiro, isto eu deixo com ele. Eu, porém, quero ater-me a Sua Palavra e obedecer-Lhe, ainda que todo o mundo proceda de modo diferente, como também deve ter pensado Maria: o que Deus faz com outras, isso deixo aos cuidados dEle. Eu, porém, quero ficar com a palavra que ouço e que me diz o que Ele pretende fazer comigo. Assim, também nós temos que concluir: vejo que as autoridades religiosas, as hordas sectárias, gente cidadã e autoridades seculares autoindulgentes com o pecado fazem o que bem entendem, desprezando e zombando do povo da Fé totalmente autoconvencidos, de modo a dizer: acaso achas que somente tu, cristólogo, estás certo contra a opinião de todo o povo que se confessa também da Palavra e fé? Que se vão autoridades religiosas autofeitas e sábios segundo carne e o mundo inteiro. Eu sei que a doutrina cristológica é certa e que é a Palavra de Deus. Nisto eu quero permanecer, se Deus quiser, e que se vá ou venha o que quiser.
Cristo quer dizer: Eu lhes ensinei isso para que vejam quão poucas pessoas estarão do lado de vocês, discípulos, veramente crentes e quantos ensinarão e viverão em oposição a esse ensinamento Meu, de modo que vocês ficarão muito escandalizados, muitas vezes. Mas fiquem firmes na Palavra e na fé, e não se escandalizem com a cruz incomum. Saibam que deve e tem que ser assim, e lembrem-se de que eu disse antecipadamente que a porta para a vida é apertada e o caminho estreito; aquele, porém, largo, etc. Por isso, não se importem com isto, e, sim, ouçam o que lhes digo e sigam-Me. Trilhe o caminho estreito juntamente com todos os santos por graça divina mediante a fé. Por isso, também vocês deverão andar por ele, se quiserem vir a Mim. Deixem que os outros andem por sua estrada larga, pois vocês ainda verão quão apertado será o buraco pelo qual haverão de entrar. Vocês, porém, que agora devem passar pela porta apertada e andar pela estrada estreita, entrarão num lugar bonito, grande e amplo como céu e terra. E isto vai se tornando claro para vocês no peregrinar diário.