2. ORAREIS ASSIM…

“E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não vos assemelheis pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe de que tendes necessidade, antes que lho peçais. Portanto, vós orareis assim: Nosso Pai no céu, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino, faça-se a tua vontade, na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal, pois teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém” – Mateus 6.7-13.

Em suma, a oração dos fariseus não era um suspiro ou desejo do coração inspirado e transluzido pelo Espírito Santo. E sim, apenas ou tão somente, ‘trabalho forçado da boca ou da língua’ governada pela justiça da lei. Pois mesmo que uma pessoa religiosa, por sua própria inventiva, fez, leu ou murmurou suas orações por quarenta anos ou uma vida inteira, ao todo, ela não orou, sinceramente, por uma hora sequer. E por quê? Porque não expôs e nem sequer nominou diante de Deus uma necessidade que partisse e estivesse embasada e fundamentada na Palavra e na fé – a que é dádiva do Espírito Santo. Antes, fez o que fez, tão somente, obrigada ou por imposição de uma ou mais pessoas cuja fé, teologia, culto, piedade é auto inventada. Pior: houve quem, no passado, orava por obrigação e auto cria que Deus precisa levar em conta todo ‘esse’ seu trabalho e esforço ‘piedoso’, e assim e tão somente assim Ele seria comovido e sensibilizado a que escute, intervenha e aja em nosso favor. Misericórdia!

A oração das pessoas cristãs, que têm o Evangelho de Jesus Cristo colocado em curso na sua vida pelo Espírito Santo, repousa, está embasada e fundamentada na fé e na promessa de Deus e apresenta, sinceramente, suas mazelas, espontaneamente. Para ela orar é fácil e não dá trabalho. E por quê não? Porque a fé verdadeira não demora em expressar, em conformidade com a Palavra e Vontade de Deus, o que deseja, inclusive com um suspiro ou gemido do fundo do coração e que não pode ser compensado e expresso por palavras. O apóstolo Paulo ensina e prega a nós que o “o Espírito ora” – 1 Coríntios 14.14-16. E como ele sabe, por graça mediante a fé em Jesus Cristo, que Deus o atende se e quando ora, já já, segundo e conforme Lhe apraz, ele não precisa ficar aí fazendo constante e quase infindo palavrório e verborreia religiosa, quer de própria inventiva quer de outra gente. Consolador!

Embasado no mandamento e na promessa de Deus é que oraram os santos, por graça e fé, na Escritura, como por exemplo: Elias, Eliseu, Davi e outros. Eles, muitas vezes, oraram, com palavras breves, porém, vigorosas e poderosas. Nos Salmos, por exemplo, é raro encontrar um que contenha uma oração mais longa do que cinco ou seis versículos. Por isso, os antigos Pais disseram muito bem que não adianta fazer orações muito longas. Eles prezam as jaculatórias curtas, quando, em uma ou duas palavras, se manda um suspiro para o céu o que se pode fazer com frequência ao ler, escrever ou fazer algum outro trabalho.

Por fim, por uma questão de lealdade a Deus que nos envia e revela o Intercessor por excelência, se faz necessário verificar que as palavras de Jesus Cristo nos aconselham e alentam a fim de que tomemos precauções contra a carne e o sangue e aquilo que é inteligência religiosa e são ideias humanas acerca da oração. Em suma: quanto à oração, precavenhamo-nos para não ter forma de doutrina e vida auto inventada. Porque fé, ensino, confissão carnal e mundana acerca da oração não cabem no ‘céu’, mas, devem, isto sim, ao modo de Cristo cessar e desaparecer, o quanto antes melhor.

Jesus, o Cristo, abençoe a senhora, mamãe, hoje e sempre. Amém.

 

 

 

 

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com