Jesus Cristo, conscientizando-nos acerca do essencial, ordenou: “Observai os pássaros debaixo do céu: eles não semeiam, não ceifam, não ajuntam em celeiros. Contudo, vosso Pai celestial os alimenta. Acaso vós não sois muito melhores do que eles? Quem há entre vós que pudesse acrescentar um côvado a sua estatura, por mais que se preocupe?” – Mt 6.26-27.
Jesus Cristo quer que nós, no exercício do ministério, e na vida e fé, tenhamos coração e mente consolada. Ele é o SENHOR, o nosso Deus, por graça. Aliás, o ser humano descrente, se tornou louco e tolo depois de se ter afastado da Palavra e do mandamento de Deus, de modo que doravante não há criatura que não fosse mais sábia do que ele e um pequeno tentilhão, que não sabe falar nem ler, é seu doutor e mestre na Escritura, embora tivesse toda a Bíblia e sua razão para ajudá-lo. Quão intensa, séria, abrangente é a queda em pecado.
Essa é a primeira comparação à qual o unigênito Filho de Deus apensa um ditado de nossa própria experiência, mostrando que nossa preocupação é vã e nada produz: “Quem há entre vós”, diz Jesus Cristo, “que pudesse acrescentar um côvado a sua estatura, ainda que se preocupe?” Se o crescimento de um ser humano dependesse de sua preocupação, que altura alcançaria? Ou, de que valeria se um pequeno anãozinho se preocupasse até a morte para crescer? Por que então você se preocupa com comida e roupas, como se estivesse em seu poder tornar seu corpo do tamanho que quisesse? Ora, seu corpo todos os seus membros têm a medida determinada, têm seu comprimento e largura que não podemos mudar. E Ele lhe adverte: você não o fazer maior por um fio de cabelo. Tolo que é, preocupando-se com coisas que não estão em seu poder e que já estão determinadas por Deus, tanto o tempo quanto as dimensões, igualmente quanto tempo seu corpo e sua vida haverão de durar. Mas ainda assim, não confia que Ele também lhe providenciará alimento e roupa, enquanto tem que viver aqui.
“Não andeis ansiosos pelo dia de amanhã” isso não é sabedoria de vida, isso não é lei. É tão-somente o Evangelho de Jesus Cristo, que transluz o povo obediente por fé. Somente a pessoa seguidora que reconheceu a Jesus, recebe dessa palavra o amor do Pai de Jesus Cristo e a libertação de todas as coisas que estão a serviço da dúvida e da descrença. Não será a ansiedade que fará o sossego do discípulo, mas a fé em Jesus Cristo. Sabe agora: nem sequer é possível andarmos ansiosos (v. 27). O dia de amanhã, a próxima hora, enfim, a vida e o viver, no seu conjunto do existir, estão fora do nosso alcance. Não faz sentido fazermos de conta como se pudéssemos providenciar o amanhã. Afinal, nada podemos mudar na situação do mundo: Ele é o mundo pós-queda de Adão e Eva em pecado. Unicamente Deus tem condições de tomar providências, porque é Ele que governa o mundo. Por não podermos providenciar o amanhã, por sermos tão impotentes, por isso nós não devemos andar ansiosos com a nossa vida. Porque agindo assim nos arrogaríamos o regimento de Deus, o SENHOR da vida.
O seguidor crente presente de Cristo, porém, sabe mais: sabe que não apenas não lhe é possível e permitido providenciar, mas sabe ainda que não há necessidade de viver ansioso. Porque não é a ansiedade nem o trabalho em si que granjeiam o pão de cada dia, mas Deus, o Pai, o providencia, sem nossa participação, méritos, dignidades, boas obras, segundo Lhe apraz, de graça. A nós cabe nos confiar, por fé, a Deus, o Criador e Mantenedor de tudo o que vemos e não vemos. E neste espírito, para o nosso consolo em Jesus Cristo, cabe relembrar: “Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?”
