4. Não deis o que é sagrado

“Não deis o sagrado aos cães, e não jogueis vossas pérolas aos porcos, para que não as pisem com seus pés, voltem e vos dilacerem” – Mt 7.6.

Onde não se quis aceitar o Evangelho e por se tê-lo perseguido, inclusive, todos os cantos onde isto aconteceu, aqui e ali, passaram a estar cheios de hordas sectárias, fanáticas, anabatistas. E o caminho certo para impedir isto é tomar, via fé presente, o Evangelho a sério e pedir sinceramente a Deus que Ele envie trabalhadores autênticos e leais à Sua seara. Aí não haveria por que se preocupar, pois esses pregadores não oprimem ou coagem as pessoas à fé, nem causam nenhum prejuízo no corpo ou na alma das pessoas, em Igreja e Sociedade, e, sim, apoiam e ajudam, sem acepção; e fazem todo o bem, como se vê em Cristo, de modo que podemos perfeitamente gloriar-nos perante Deus e o mundo de que, de modo algum, os discípulos procuraram qualquer domínio ou proveito próprio, e, sim, serviram a todo o mundo com o corpo e a vida. Não se tornaram um fardo para ninguém nem causaram qualquer prejuízo, pelo contrário, ajudaram de boa vontade, inclusive, em negócios temporais. E por causa disto sofreram também toda sorte de perigos, violência e perseguição. Mas visto que os incrédulos não os queriam, aprouve a Deus permitir que depois deles viessem outros que os trataram de outra forma: oprimiram e maltrataram, para que vissem o que tiveram em Cristo e Seus discípulos, e tiveram que aceitá-lo daqueles que lhes governavam, agora, com mão forte.

Os que são de coração íntegro e piedoso honram os pastores e pregadores cristólogos com toda humildade e amor por amor do SENHOR Cristo e de Sua Palavra e os têm em alta consideração, como um presente e um tesouro precioso dado por Deus, mais valioso do que todos os tesouros e bens temporais. Igualmente, os pregadores íntegros e piedosos procuram, com toda a dedicação, nada além do proveito e da salvação da comunidade nascida e nutrida pela Palavra, sem onerar as consciências, não no que diz respeito a bens temporais e nem à vida corporal. Quem, todavia, os desprezar, saiba que não é cristão e que perdeu novamente o tesouro. Os discípulos pregaram e admoestaram a todas as pessoas que o queiram aceitar e observar. Quem, todavia, não quer e, não obstante, o despreza sob a aparência e o nome do Evangelho e da comunhão da gente crente batizada e quer calcar ele aos pés, contra estes, também, se usa a ‘arte’ de lhes deixar a aparência, mas de, em princípio, tirar-lhes novamente tudo, para que não fiquem com absolutamente nada. Pois temos como pessoas tementes a Deus e de coração piedoso a ordem de nos separar delas, embora o façamos a contragosto. Preferiríamos que ficassem com Cristo. Como, porém, não querem, temos que deixá-los ir e não permitir que o tesouro se corrompa por causa delas ou que, sem amor, o calquem aos pés.

Que farão os discípulos em face dos corações endurecidos? Que farão quando não encontram acesso ao outro, que autojustifica o que se caracteriza como cão e porco? Eles devem reconhecer que, de forma alguma, têm direito ou poder sobre o outro, que não possuem acesso imediato ao outro, de maneira que lhes resta apenas o acesso àquele em cujas mãos estão eles próprios tão bem como o outro. Disto tratam os versículos que seguem: os discípulos são levados à oração, pelo próprio Cristo. Eles ficam sabendo que não há caminho ao outro a não ser a oração a Deus Pai. Juízo e perdão continuam na mão de Deus. Ele fecha e abre. Os discípulos devem pedir, procurar, bater; e serão ouvidos, se e segundo apraz a Deus Pai, em consonância com o ministério puro e legítimo da pregação do Evangelho. E devem saber que sua solicitude e preocupação pelos outros deve levá-los à oração. Porque, em verdade, a promissão que Sua oração tem, constitui-se, de fé em fé, em seu maior poder.

 

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com