5.Entrai pela porta estreita

Jesus Cristo disse: “Entrai pela porta estreita. Pois é espaçosa a porta e largo o caminho que leva à condenação. E são muitos os que andam por ele. E é estreita a porta e apertado o caminho que leva à vida, e são poucos que o encontram” – Mt 7.13-14.

Eis como o SENHOR Jesus Cristo, em toda a Sua fidelidade, quer nos ter advertido e, simultaneamente, consolado, para que não nos importemos com as amarguras da vida e por termos que enxergar e sentir tanto escândalo no mundo, porque, se enxergarmos estas coisas corretamente, a amargura se reduz pela metade e, por meio de Cristo, no qual cremos, tudo se torna doce, no coração, e nos leva à vida e alegrias eternas, mas não sem que já aqui tomemos posição pela (V)verdade. Que mal faz se o velho Adão sofre alguma tribulação em tudo isto?

A Igreja de Jesus, o Cristo, SENHOR nosso, não pode arbitrariamente separar-se da comunhão daquelas pessoas que não ouvem o chamado dEle. Ela é chamada ao discipulado por Seu SENHOR por meio da promissão e mandamento. Isto deve bastar. Todo o julgamento e separação a Igreja os confia à decisão daquEle que lhes escolheu, antes da fundação do mundo, conforme Seu propósito, não por mérito de obras, mas por Sua graça. Não é a Igreja que executa a separação final; mas ela há de acontecer na palavra do chamamento. Desta forma um pequeno grupo, os discípulos, é separado do grande número de pessoas. São poucos os discípulos, e sempre serão poucos. Esta palavra de Jesus elimina de antemão qualquer falsa esperança em relação à Sua atividade. Jamais um discípulo ponha a Sua confiança em números. “Poucos são os que…”; os outros, porém, são numerosos e sempre o serão. Porém, estes vão para a perdição, por descrença. Em que poderia consistir o consolo dos discípulos numa situação destas, senão unicamente a promessa de vida, a eterna comunhão de Jesus?

O caminho dos seguidores é apertado. Facilmente fica desapercebido, é fácil errá-lo; facilmente o perdemos mesmo já estando nele. É difícil encontrá-lo. É caminho deveras apertado e os abismos em ambos os lados, ameaçadores: ser chamado para o extraordinário, fazê-lo sem ver nem saber que o estamos fazendo eis o caminho apertado! Testemunhar a verdade de Jesus e confessá-la, e, ao mesmo tempo, amar com o amor incondicionado de Jesus os inimigos dessa verdade, Seu e nosso inimigo – eis um caminho apertado. Crer na promissão de Jesus que os seguidores possuirão a terra e, ao mesmo tempo, encontrar-se com o adversário sem oferecer resistência, preferindo sofrer injustiça do que praticá-la – eis um caminho apertado, que não está, em primeiro lugar, diretamente, ligado e atrelado à doutrina. Ver e reconhecer o outro em sua fraqueza, em sua injustiça, sem jamais julgá-lo; ter que dizer-lhe a mensagem sem lançar as pérolas aos porcos eis um caminho apertado, que nos custa algo. É um caminho insuportável, todas as vezes, senão sempre. A queda é ameaça permanente justamente para a pessoa que já foi feita estar no caminho apertado. Enquanto reconheço tal caminho como a mim indicado, e andar nele no temor de mim mesmo, será em verdade, caminho impossível. Se, porém, enxergar a Jesus Cristo indo em frente, passo a passo, então serei guardado neste caminho. Olhando para a periculosidade do meu agir, olhando para o caminho ao invés de olhar para O que vai pessoalmente em frente, já o meu pé está vacilando. Pois o próprio Cristo é o caminho apertado e a porta estreita. O que interessa unicamente é ser feito encontrar, via Palavra e fé, junto ao santo povo cristão, cujo verdadeiro tesouro é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus, a Ele. Isto sabendo e disto estando conscientizado na fé e por fé, trilhe o caminho apertado pela porta estreita da cruz e renúncia incomuns. O caminho apertado é e há que ser o caminho certo segundo Deus.

 

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Aramis José Gorniski


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