BEM-AVENTURADOS OS MANSOS

A bem-aventurança alusiva aos mansos e às mansas pela fé em Jesus Cristo assevera: “bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra” – Mateus 5.5. Ela forma, perfeitamente, uma unidade com a primeira bem-aventurança, que proclama: “bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus” – Mateus 5.3. A pergunta que ambas suscitam é: como, porém, se coadunam ser pobre espiritualmente e herdar a terra?
Herdar a terra e toda sorte de bens aqui na terra, não significa que cada pessoa irá possuir um país inteiro, pois se fosse assim, Deus deveria criar mais alguns planetas terra. Trata-se, aqui, dos bens e das dádivas que Deus dá a cada um/a, ou seja, mulher/marido, filho/filha, gado, moradia, propriedade e todas as demais coisas necessárias para que a pessoa possa permanecer na terra onde mora, administrando, como mordomo, o que Deus lhe confiou por graça. Porquanto a Escritura afirma, várias vezes: “os que confiam no SENHOR, herdarão a terra” e “Seus abençoados herdarão a terra”, etc. Por isso o próprio Jesus Cristo dá a explicação aqui na bem-aventurança em explanação: que ser espiritualmente pobre, como escrevi e expus anteriormente, não significa ser mendigo ou jogar fora e renunciar dinheiro e bens. Porquanto Jesus Cristo quer que cada pessoa crente nEle ao modo de Sua doutrina habite na terra e ali permaneça, e seja mordomo dos bens terrenos e das dádiva terrenais.
Ser uma pessoa mansa significa que é preciso saber, em primeiro lugar, que Cristo não ser refere, em absoluto, à autoridade e seu ofício, pois a autoridade não pode ser mansa. Porquanto ela tem uma função e incumbência, quanto a seu ofício, a cumprir: castigar a gente má e dar curso à ira e à vingança do mal, quando e toda vez que for necessário, sem se exceder com abuso de poder, porém. Cristo aqui fala, somente, do comportamento relacional das pessoas individualmente em relação às outras, independente do ofício e da autoridade: como pai e mãe devem viver, não em relação aos seus filhos e às suas filhas, nem em sua condição de pai e mãe, e, sim, na relação com aqueles/as para quem não são pai e mãe, como os vizinhos e as vizinhas e outras pessoas que lhes cercam. É preciso, portanto, na Palavra, distinguir entre ofício e pessoa. A pessoa João ou Pedro é um homem muito diferente daquele que é, está ou foi incumbido a exercer um ofício. Note. Uma é a pessoa na sua condição na qual fomos criados e nascemos, segundo a qual todos/as nós somos iguais: homem, mulher, criança, jovem, pessoa idosa, etc. Mas depois de nascidos/as, Deus lhe veste e enfeita, fazendo de você outra pessoa: um filho ou uma filha; de outra pessoa um pai ou uma mãe; de outra um empregado ou uma empregada; de outra uma autoridade; e, assim por diante. Quanto ao ofício e condição, por vezes, Deus ou as pessoas nos revestem ou incumbem de exercer autoridade, ‘adornando-nos’, assim, de ‘ofício divino’, razão pela qual não somos mais só a pessoa chamada João, Pedro, e, sim, pai, mãe, pastor, professor/a, diretor/a, prefeito, major, tenente, etc. Cristo, na bem-aventurança alusiva à mansidão, doutrina como a pessoa discípula e crente nEle deve se comportar em relação à pessoa próxima: com mansidão.
Se exercemos um ofício e estivermos revestidos de alguma autoridade ou incumbência, aí podemos e devemos ser rigorosos/as e severos/as. Ou seja: revelar ira, punir, etc., o mal, porque aqui temos que fazer o que Deus nos coloca nas mãos e o que nos ordena fazer em nome dEle a serviço da paz e da ordem. Quanto ao mais, fora do ofício, cada pessoa deve aprender a ser uma pessoa mansa, isto é, não tratar o próximo e à próxima com insensatez, raiva, vingança, ódio. Porquanto importa amar o/a pecador/a, não o pecado!

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com