BEM-AVENTURADOS OS PUROS DE CORAÇÃO

Jesus Cristo sofreu rejeição e oposição, em Sua época, dos seus contemporâneos que “no tocante a Deus, professavam conhece-Lo; entretanto, O negam por suas obras; é por isso que são abomináveis, desobedientes e reprovados para toda boa obra” – Tt 1.16. Aliás, quem creu no Unigênito Filho de Deus, então e hoje, sabe como e por que foi criado por Deus. Razão pela qual preza pela pureza do coração e não despreza os estados que Deus aprova em Igreja e Sociedade. Tal pessoa não é leviana em relação aos estados aprovados por Deus e nem muito menos louva e justifica os de inventiva humana, como meios de alcançar um coração puro. Quem bendiz e enaltece os estados aprovados por Deus, os honra e, em consequência, permanece neles como prazer, servindo à pessoa próxima, de coração, com todo o seu ser.

O verdadeiro conhecimento do que Deus considera pureza de coração, ao modo da Palavra, é se ater, pela fé, à ela. Porquanto a fé, inspirada pelo Espírito Santo, mantém puros o coração e a consciência. Ela está certa e segura de que: o que Deus cria e ordena há de ser puro e bom, sempre. Pois Ele nada faz de impuro e tudo é santificado por Sua Palavra – 1 Tm 4.4s. –, que Deus prendeu a todos os estados e a todas as criaturas. Cuidado, portanto, com todos os pensamentos e as crenças próprias, se queres ser puro perante Deus. Em resumo: se tu tens, pela ação do Espírito Santo em ti, fé e vida fundamentadas na Palavra de Deus, e tens coração cativo a ela, então tu és, vives e morrerás como pessoa que tem e teve coração puro, ainda que à luz das pessoas e suas ordens não és e nem poderias ser ajuizado como tal.

Para alguns jovens do passado, que queriam auto alcançar a pureza do coração, um dos dizeres preferidos com vistas à vida monástica, a mais ascética e rigorosa, era: “Prefiram ficar sós, e o coração de vocês permanecerá puro perante Deus, eternamente”. No entanto, contrariando grandes ‘vultos’ da história da igreja, como Bernardo de Claraval (1190/91 – 1153), por exemplo, houve quem, pela fé em Jesus Cristo, passou a expressar a confissão libertadora de consciências: “Oh, eu vivi, mesmo como monge que intuía alcançar um coração puro, uma vida condenável e passei boa parte de minha vida vivendo de modo escandaloso ao modo de Deus”. É triste ler o que as pessoas já foram capazes de fazer para alcançar um coração puro. Houve quem foi para o deserto porque não admitia nenhum contato ou diálogo com outra pessoa. Porquanto cria que isto macularia a sua pureza de coração. O pensamento e a fé de muitas pessoas ascéticas e rigorosas, ao extremo, eram: “os anjos de Deus não podem vir a quem convive com seres humanos”. E, neste sentido, inclusive, houve quem não queria que a sua mãe lhe enxergasse nunca mais na presente vida para que o olhar dela não lhe abstraísse a pureza de coração. Isto é um absurdo para a pessoa que tem fé inspirada pelo Espírito Santo via Palavra. Em contrapartida, para quem nisto creu, isto foi a verdade de Deus.

O exercício da cidadania e a vida comunitária ao modo da Palavra de Deus não geram e nem sequer conquistam um coração puro, ainda que uma pessoa com coração tornado puro não se exima de exercer a cidadania e de viver comunidade. Porque, em hipótese, alguma se pode chamar de feito precioso, acúmulo de santidade e a mais perfeita pureza, o que Jesus Cristo nem sequer disse ou quis dizer com bem-aventurados os puros de coração. Quem acha que tem ou alcança a pureza de coração seguindo os seus próprios pensamentos judiciosos e sua santidade auto escolhida, jamais vai desejar a que Deus promete, gera e aplica. [Segue].

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com