BEM-AVENTURADOS OS QUE TÊM FOME E SEDE DE JUSTIÇA

O Filho Unigênito – que é a nossa justiça com Deus, na carne –, enviado ao mundo por parte de Deus, ensinou as pessoas afirmando que: “bem-aventurados são os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos” – Mt 5.6. O que é a justiça do mundo senão que cada qual faça em seu estado o que é de seu dever, ou seja, que se cumpra o direito de cada qual em seu estado: o direito de homem e de mulher, o direito dos filhos e das filhas, o direito dos empregados e das empregadas, o direito de cidadão e de cidadã ou o direito válido no município, estado e nação, quando e enquanto a serviço da paz e do Reino de Deus e da Sua Justiça? Tudo isto está contido na bem-aventurança de Cristo quando e enquanto cada qual exerce, em seu estado, função e incumbência, com diligência, dedicação e fidelidade, o seu dever e cumpre com as suas obrigações em benefício do bem comum. Também a pessoa próxima em relação a nós, igualmente, precisa prestar o serviço e a obediência devidos ao que abrange à justiça, com fidelidade e de boa vontade. Difíceis ficam a vida e o viver quando o ser humano acha que não precisa cumprir o seu dever ou quando se faz de vítima e de coitadinho.
Não é por acaso, porém, que Jesus Cristo usa a expressão “ter fome e sede de justiça”. Com isso Ele quer destacar que se requer, no Reino de Deus e de Cristo, grande seriedade, anseio e ardoroso desejo, e, além disso, empenho, incessante, em prol do que é justo ao modo do Criador, Redentor, Santificador. E, onde não existe essa fome e sede, nada se consegue. A razão para isso é que aí surgem empecilhos demais e demasiadamente grandes da parte da nossa carne, do diabo e dos seus filhos das suas filhas. Note. O diabo bloqueia e barra, sempre, na terra, o caminho à justiça plena e perfeita. O diabo e seus filhos e suas filhas são tão maus que não suportam uma pessoa que teme, ama e confia em Deus, de verdade. Bem pelo contrário, no que depender deles, gostariam de agir, ele próprio, eles próprios e elas próprias ao modo do que evidenciam ser justo, correto, puro e bom, em oposição, obviamente, à boa e misericordiosa Vontade de Deus. Aliás, o diabo, na Palavra o observamos, é tão mau que não suporta uma pessoa que tem o Evangelho de Jesus Cristo em curso na sua vida. Ele não gosta que uma pessoa ajude à outra a agir corretamente. Razão pela qual aflige de todas as maneiras, inclusive buscando em seu apoio a nossa natureza pecaminosa, de sorte que, com o tempo, a pessoa se cansa e se aborrece de ser ou buscar ser justa. Tem, piedade, SENHOR!
Dói à nossa carne quando se é obrigado a observar de que modo, carente de justiça original e obras boas, as coisas andam no convívio humano no que diz respeito a ser justo, e, além disso, receber, como recompensa da justiça, nada mais do que ingratidão. E, isto, justamente, de quem se poderia ou deveria, no mínimo, esperar fé, amor e reconhecimento. Por isso, houve pessoas que não suportaram ver essa má vontade da carne, do diabo e do mundo, acabaram desesperando e fugiram do convívio humano para o deserto ou se tornaram monges, de modo que se verificou a veracidade do ditado: ‘o desespero leva a pessoa a tornar-se monge’. Assim aconteceu, infelizmente, muitas vezes ao longo da história humana! Na verdade, até mesmo é difícil resumir o que tudo as pessoas já foram capazes de fazer para ‘fugir’ ou se ver livre do mal, afim de que pudessem viver ‘em paz’ frente à realidade injusta.
Não tem fome e sede de justiça quem prega ou governa e logo se cansa, se torna impaciente, se deixa empurrar para um canto. A bem-aventurança convoca a ação pela fé em existência cruciforme. Porquanto gente perseguida e martirizada por causa do Evangelho está arrolada no rol dos sinais que evidenciam, concretamente, a gente discípula de Jesus Cristo.

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com