A doutrina de Jesus Cristo não embasa a vida e a ação de quem se enfia num canto ou se esconde no deserto para fugir da realidade de contradição que verificamos no mundo, pós queda em pecado de Adão e Eva. Bem pelo contrário, a fé ao modo do conteúdo do que Cristo Jesus ensina e prega, na condição de pessoa que vive as bem-aventuranças dEle, nos deve fazer com que saiamos ‘fora’ com ação e voz que assevera: eu não posso diferente senão enfrentar a injustiça com tudo o que tenho e sou. E, como tal não me deixo espantar e nem silenciar a voz, e nem sou vencido pela injustiça, ingratidão, maldade que há no mundo. Uma pessoa que vive as bem-aventuranças está ciente de que, por natureza, nós somos, totalmente, pecadores/as. No entanto, contíguo, por graça e fé em Jesus Cristo, totalmente, santos/as. Eis porque tal pessoa justificada confessará: eu vou incentivar e contribuir a fim de que sinais de mansidão, justiça, por exemplo, objetivamente, possam ser vivenciados para honra e glória de Deus. Mas, também, em benefício do bem comum e de toda a criação de Deus, que, aliás, não é do diabo e nem dos seus filhos e de suas filhas. Esta é a firme e objetiva decisão da pessoa feita bem-aventurada, pela fé, em quem não rege o espírito de covardia.
As pessoas que têm fome e sede de justiça – Mt 5.6a. –, estão cientes, na fé, que a pessoa bem-aventurada em Jesus Cristo precisa enfrentar, renegando-se a si mesma, situações duras de injustiça, sem se deixar espantar, abafar a voz e a motivação ou mesmo vencer por nenhuma maldade do mundo ou do diabo. Bem pelo contrário, pela fé em Jesus Cristo, que disse: “bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos”, sempre, incentivar e insistir, com todas as suas forças e tudo o que tem e é, afim de que a injustiça, jamais, seja a regra. E, nem muito menos que a justiça e a verdade sejam banalizadas.
A justiça da qual Jesus Cristo fala requer da pessoa feita bem-aventurada uma fome e sede de justiça que jamais desiste nem cessa, e que em hipótese alguma, enquanto tiver um ‘ínfimo hálito de vida no corpo’ não desiste nem para de se empenhar em prol da justiça ao modo de Deus. Porquanto tais pessoas não procuram e nem intentam outra coisa senão as exigências e a manutenção da justiça, e que, por outro lado, despreza tudo, indiferente o nome, origem, estado e posição do quê e de quem quer impedir que justiça seja presença real e viva entre nós. A pessoa bem-aventura ao modo do texto presente, ainda que não possa ‘converter’ o mundo todo, faz o que está ou estiver ao seu alcance, sem abuso de autoridade ou poder; busca de fama, prestígio ou vantagem ao modo do diabo e de seus filhos e de suas filhas. Porquanto, para a pessoa crente em Jesus Cristo basta que ela tenha feito o que lhe compete ou competia fazer e que tenha ajudado e ajude alguma pessoa próxima, mesmo que tenha sido só uma ou duas, ou mesmo, apenas, uma criança recém-concebida ou nascida. O seu pensamento é: se a pessoa próxima não quer seguir o caminho e a prática da justiça que Deus quer que esteja em curso entre nós, então, que se vá em nome dEle. Triste.
Uma pessoa que vive a presente bem-aventurança, de verdade, pensa: não é preciso fugir por causa das pessoas más. Antes, conscientizada, crê, ensina e confessa: o fato de que tenho fome e sede de justiça não foi empreendido, iniciado ou motivado pela minha carne, o mundo e o diabo, mas, sim, pela fé na Palavra de Deus. Razão pela qual não desisto e nem sequer abandono o que é agradável a Deus e serviçal ao/à próximo/a e toda a criação. E, agindo assim, espero e tenho esperança de que algumas pessoas sejam alcançadas para a prática da justiça, ou que se deixem demover da injustiça para alegria e esperança de todos/as nós. Que diminua a injustiça e a gente injusta. Mais. Que se arrependa e seja proba, pela fé.
Bem Aventurados os que têm fome e sede de justiça
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