Jesus Cristo diz, buscando ouvintes que Lhe obedecem crendo, à época e hoje: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” – Mateus 5.16. Tanto mais cientes estejamos nós, já já, com quanta insistência Ele admoesta. Isso não seria necessário, se o perigo não fosse grande e não houvesse urgência: Pessoas estavam / estão vivendo escravas do pecado, da morte, do inferno e de todo o mal. É como se Ele quisesse dizer: Haverá, em Igreja e Sociedade, pessoas, grupos e poderes que vão querer obscurecer a Luz do Evangelho da Glória e da Graça de Deus em vocês. Elas e eles não a quererão tolerar de modo algum! No entanto, resistam corajosos/as e confiantes para que recebam tanto que não se escondam debaixo do alqueire e exerçam o ministério que lhes confio, com lealdade a serviço da salvação das pessoas. Porque, Eu, de Minha parte, cuidarei para que a luz não seja apagada. Porquanto uma coisa é certa: Enquanto uma pessoa pregadora cristã permanece firme no ministério da Palavra e dos Meios do Evangelho – Batismo, Ceia, Ofício das Chaves – desprezando injúrias e perseguição, também há de permanecer o ministério, e o Evangelho da Glória e da Graça de Deus não pode cair. E, isto porque ainda existem e permanecem, mesmo que em pequeno número, as pessoas que se atêm a ele, como hão de permanecer alguns em todos os tempos até o dia derradeiro.
A assertiva de Cristo: “… para que as pessoas vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai no céu” é linguagem típica da comunidade cristã à qual Mateus pertence como membro engajado em evangelismo cristológico. E, ela costuma falar de boas obras desse modo em sua fé, ensino e confissão. Contudo nem Mateus nem os outros dois evangelistas de Jesus Cristo, Marcos e Lucas, levam o Evangelho a um nível tão elevado, nem falam tanto do sublime artigo da fé em Cristo quanto João e Paulo. Eles, entretanto, falam muito de boas obras e admoestam a elas. Na cristandade é necessário que se pregue as duas coisas, mas cada qual conforme sua natureza e dignidade. Antes de mais nada, e acima de tudo, deve ser pregada a fé em Cristo, depois também se deve insistir nas obras. Assim como o evangelista João elevou o artigo capital ao auge de fora a fora em seu Evangelho, sendo, por isso, chamado, com razão, o evangelista maior e mais importante. Mateus, Lucas e Marcos se ocuparam com o outro artigo e o promoveram enfaticamente, para que também esse não fosse esquecido, sendo, por isso, melhores neste ponto do que João, enquanto esse é melhor no outro.
Os ditos e a doutrina das obras, entretanto, não devem ser separados da fé, como os mutilam cegos mestres. E, sim, relacioná-los, sempre, como a fé, para que sejam incorporados nela, procedam da fé e sejam feitos na fé, enaltecidos e chamados bons por causa da fé! O mesmo acontece, também, aqui. Quando o evangelista Mateus diz: “… para que vejam vossas boas obras”, nós não devemos pensar, meramente, no tipo de obras fora da fé!, como foram as boas obras espirituais realizadas no passado: Para alcançar perdão dos pecados mediante méritos. Jesus Cristo falando como fala, neste versículo, se refere às obras que a fé faz. Elas não podem ser praticadas sem a fé que é dádiva do Espírito Santo ou fora dela. Pois aqui se tem boas obras quando se pratica, se promove e se confessa o ensinamento de Cristo e a fé nEle e se sofre por causa disso! Enfim, o presente versículo fala de obras com as quais se brilha. E, brilhar é o verdadeiro ofício da fé ou da doutrina, com o que também ajudamos as outras pessoas, na Palavra, a chegarem à fé, se aprouver a Deus, mantendo a pura pregação.