Jesus Cristo doutrinou o que vale até a Sua volta: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus” – Mt 5.3. Ele não forçou ninguém a ouvi-Lo e nem sequer arrastou alguém pelos cabelos para junto de Si. Porém prega e confessa a Palavra de Deus de modo puro e fiel a quem quer aceitá-la e coloca diante da multidão de ouvintes – e também de nós, hoje – as mais preciosas promessas que transcendem o terreno e o terrenal. Contudo, só, a pessoa ouvinte crente encontra em Jesus Cristo e em Sua doutrina segurança e paz no coração, cá e eternamente. Em contrapartida quem não quer ouvir crendo não usufruirá o que Ele anuncia e promete, com bondade e misericórdia. Razão pela qual ela pode ir em frente com a sua postura e terá os devidos benefícios e frutos da incredulidade: aqui e na eternidade toda sorte de sofrimento e infelicidade, como preferiu e escolheu, livremente.
Não é segredo que nós vemos e sabemos, por experiência própria, suficientemente da história de vida das pessoas que tudo depende de que elas estejam satisfeitas em seu coração e não se agarrem a bens temporais. Eis porque é possível encontrar quem, embora tenha apenas um bocado de pão cujo coração Deus pode encher e enche com a Sua presença que é, ainda que ou apesar de sob a cruz e a renúncia, mais feliz e satisfeita e se alegra abundantemente com os seus bens que lhe foram confiados para administrar do que uma pessoa com muitos bens, mas sem Cristo. O primeiro e principal ponto da doutrina e pregação de Jesus Cristo é que toda e qualquer pessoa que quiser ter o suficiente na eternidade e aqui, cuide para não ser ou vir a ser uma pessoa avarenta e ingrata. E, sim que aceite e use o que Deus lhe concede, confia e dá como um mordomo que administra o que não é seu, alimentando-se do seu trabalho na e pela fé. Não é possível viver de forma bem-aventurada, cá e na eternidade, rejeitando a Jesus Cristo e a Sua doutrina. Em contrapartida, ainda que não em plenitude, o Reino dos Céus é antecipado e frui pela pessoa crente e piedosa ao modo da doutrina de Jesus Cristo, que inicia a Sua doutrina e pregação denunciando e condenando o que depõe contra o conteúdo da bem-aventurança que expressou. Razão pela qual, logo logo, foi rejeitado como Pessoa e Sua Palavra, que Ele evidencia a nós da parte de Seu Pai no céu.
O apóstolo Paulo escreveu: “A piedade é proveitosa para todas as coisas, e tem a promessa, não, somente desta vida, e, sim, também, da vida futura” – 1 Tm 4.8. E, o pregador assevera: “Quem ama o dinheiro jamais dele se farta; e quem ama a abundância nunca se farta da renda; também isto é vaidade” – Ec 5.10. É triste, senão lamentável, o estado e a condição da pessoa que crê, ensina e confessa que ter bens, honra e o seu Mâmon seja o Reino dos Céus. Mais. Que se temos o Mâmon estamos já vivendo o Reino de Deus entre nós. E, que servem a Deus, exclusivamente, com esse propósito, meta e alvo. Na verdade, Jesus Cristo derruba tal fé, ensino e confissão. Ele, também, destrona a ideia de que a melhor e mais bem-aventurada vida na terra seria, se alguém conseguisse viver dias bons e agradáveis, sem sofrer qualquer adversidade, como diz no Salmo 73.5: “Não passam por desgraças, como outras pessoas, e não são afligidas como outras pessoas”.
Basta, por hoje, que se saiba que as pessoas discípulas de Jesus Cristo podem até ser carentes de muitos bens materiais; não são, porém, carentes da presença corpórea de Deus. E/ou apesar da carência financeira serão herdeiras do Reino dos Céus, em glória visível.
