DO ADULTÉRIO

A pregação, ensino e confissão de Jesus Cristo auferem benefícios corpóreos que a razão e inteligência não conseguem dimensionar fora da fé que é dádiva do Espírito Santo. Ele diz: “Ouvistes que foi dito aos antigos: “Não cometerás adultério”. Eu, porém, vos digo: quem olhar para uma mulher e a cobiça, já cometeu adultério com ela em seu coração. Se teu olho te escandaliza, arranca-o e joga-o fora. É melhor que se perca um de teus membros e não seja todo o corpo lançado ao inferno; se tua mão direita te escandaliza, decepa-a e joga-a fora. É melhor que se perca um de teus membros e não seja lançado ao inferno todo o corpo” – Mt 5.27-30. Não poderá ver e estar com Deus eternamente quem, incrédulo, cede à cobiça.

Ao longo da história eclesiástica houve quem, em sua fé, teologia, culto e vida carnal, discutiu e analisou, minuciosamente, se também é pecado alguém desejar uma mulher, respectivamente, um homem no casamento. Mas, isto, sem sobra de dúvida é uma tolice e vai contra a Escritura e contra a nossa natureza pecaminosa. Pois como iriam as pessoas entrar na vida matrimonial se não se desejassem, também, em sentido carnal, por fé, nem se amassem mutuamente por ordem e palavra de Deus? Porquanto Deus colocou esse desejo em noivo e noiva, do contrário, ciente da realidade de contradição presente na vida matrimonial, toda gente, certamente, fugiria do estado matrimonial e o evitaria, o mais possível. Assim também ordenou na Escritura, tanto ao homem quanto à mulher, que se amem e mostra que Ele tem grande prazer quando ele e ela, por fé e amor, se dão bem. Por isso mesmo, esse desejo e amor carnais não podem faltar e, certamente, precisa-se de bênção e graça para que dure bastante. Porque, também na vida matrimonial, não faltarão problemas muitos para o homem e para a mulher: Da parte da carne, que uma pessoa em breve se aborrece desse estado e não se sujeita, de boa vontade, por fé e amor, a carregar mediante oração e intercessão, os males diários dele decorrentes; da parte do diabo, que não suporta ver que cônjuges vivem em verdadeiro amor mútuo; aí ele não descansa antes de suscitar entre eles um motivo carnal-fajuto para a impaciência, a discórdia, o ódio e a amargura, recorrentemente. Por isso, amar verdadeiramente o marido ou a esposa, que um carregue as fraquezas e imperfeições do/a outro/a toda sorte de incidentes adversos, é uma arte não apenas necessária, mas, sim, também, difícil. É, com certeza, uma arte exclusiva das pessoas cristãs engajadas, pela fé, em evangelismo cristão, por força e presença do Espírito Santo. Do contrário, como casal, nós não honramos a Deus e Sua Palavra, Cristo e Seus Méritos, o reino de Deus e Sua justiça.

Na vida matrimonial, no início, na maioria dos casos, com certeza, tudo vai muito bem obrigado. Até parece, não raro, que marido e mulher, gostariam de ‘devorar’ um ao outro, uma ao outro de tanto ‘amor’, como se diz de modo chulo. Mas, depois de satisfeita a curiosidade carnal da virgindade, porém, aparece o diabo com o tédio, querendo tirar o desejo desse lado e acendê-lo tanto mais em outro lugar, razão pela qual, entre nós, a prostituição, a pornografia, o meretrício, a licenciosidade, a libertinagem, a indecência são realidade.

Que fique dito e escrito isto, em breves palavras, sobre o desejo e a cobiça. Que, porém, dizer sobre a exigência radical de Cristo num mundo cada vez mais adúltero e incasto? Cristo ordena que se arranque o olho e se decepe a mão, se eles nos escandalizam. Acaso nós devemos mutilar-nos a nós mesmos/as, tornando-nos em coxos e cegos? Neste caso, nós deveríamos atentar, também, contra nossa vida e cada qual deveria tornar-se um suicida.

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com