DO JURAR

“Também ouvistes que foi dito aos antigos: não jurarás falsamente e cumprirás teu juramento para com Deus. Eu, porém, vos digo que não deveis jurar de modo algum, nem pelo céu, pois é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade de seu grande rei. Também não jurarás por tua cabeça, pois não podes branquear ou pretear um cabelo sequer. O vosso discurso, porém, seja sim, sim, não, não. O que passa disso vem do mal” – Mt 5.33-37.

O mandamento de Cristo é que não se jure de modo algum, nem pelo templo, nem por Jerusalém, nem por suas cabeças, tampouco pelo próprio Deus. No trato com as pessoas, umas com as outras, deve valer sim e não, e que se fique no sim e no não. É abusar do nome de Deus quando se vai além disso, com votos e juramentos. Depois, ainda há outro abuso: o juramento leviano, como é, não raro, comum na atualidade, quando em determinadas situações, certas pessoas, para corroborar as suas palavras e ações, acrescentam ou invocam o nome de Deus. Tudo isso deve, por nós que cremos e amamos a Jesus Cristo, estar rigorosamente proibido, como também a maldição em nome de Deus, quando isso não cabe.

Pois com a maldição se dá a mesma coisa que com o juramento: pode ser bom ou mau. Pois lemos na Escritura que, com frequência, pessoas santas amaldiçoaram. Noé, por exemplo, em Gênesis 9.25, amaldiçoou seu filho Cão e o patriarca Jacó, em Gênesis 49.3-7, rogou uma maldição e uma praga sobre os seus três filhos Rubem, Levi e Simeão. Também Moisés contra Coré, em Números 16.15ss. Sim, igualmente, no Saltério, o próprio Cristo, no Salmo 41.9; 51.12-15., amaldiçoou Judas. E, no Evangelho, Ele amaldiçoou, terrivelmente, os falsos mestres: Mateus 18.6; 23. Em Gálatas 1.8, o apóstolo Paulo amaldiçoa a todos os mestres pseudoapóstolos que pregam outro Evangelho do que o dele, dizendo: ainda que seja um anjo do céu, que eles sejam anátema, banidos da comunidade e amaldiçoados por Deus. É como se disséssemos: que Deus os detenha e os destrua totalmente e não lhes dê nem graça nem sucesso. Portanto, chega o momento em que se deve amaldiçoar, do contrário, se comete uma injustiça, como se agora tivéssemos que dar a bênção e desejar o bem às pessoas cuja fé, teologia, culto e piedade são auto inovados. Ou seja: pessoas que agem contra o Evangelho com expedientes tão venenosos e perfídias tão maliciosas em sua fé, ensino e confissão, derramam o sangue de gente honesta e jogam pessoas contra pessoas. Isso não convém a pessoas crentes em Cristo batizadas em Nome do Trino Deus, antes, nós devemos e temos que dizer: amado SENHOR e Salvador nosso, amaldiçoa, destrói e lança todos os seus intentos maléficos no abismo do inferno. Porque se o Evangelho for perdido como se poderá ser salvo? Por isso, ninguém pode orar o Pai nosso corretamente sem amaldiçoar. Porquanto quando ora: “Santificado seja Teu Nome, venha Teu Reino, seja feita a Tua Vontade…”, tal pessoa está, em verdade, também, condenando e rejeitando quem se opõe a Cristo, Seu Evangelho, o Espírito, a fé, a graça. Ela diz, orando: que sejam malditos, amaldiçoados, infames todos os outros nomes e todos os reinos que se opõe a Deus Pai; que sejam destruídos e desfeitos, sejam postos por terra todos os seus intentos, toda sua sabedoria e todos os seus planos auto justificados. Porque frutos advém de um povo e nação que se auto nasce com conversa mole?

A diferença, porém, é a seguinte: ninguém amaldiçoe e jure por si mesmo, a não ser que tenha a Palavra de Deus para que amaldiçoe ou faça um juramento. Pois, como já expus, quando o que é feito é feito conforme a Palavra de Deus, tudo está em ordem e tem decência: jurar, odiar, desejar uma mulher, etc. Crucial é se eu tenho a Palavra de Deus como a que me ordena a fazer o que faço por fé nela, me nô-lo ordenando por ofício, causa, função.

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com