E quando orares…

Jesus Cristo que revela e mostra os elementos e característica da doutrina e prática da oração agradável a Deus Pai disse: “E quando orares, não deves ser como os hipócritas que gostam de se postar orando nas sinagogas e esquinas nas ruas, para serem vistos pelas pessoas. Em verdade vos digo: eles já receberam sua recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora a teu Pai em secreto; e teu Pai que enxerga o secreto, te recompensará publicamente” – Mateus 6.5-6.

Jesus Cristo mostra a Seus discípulos como nós devemos orar, dizendo, com breves palavras: “Ora a teu Pai em secreto”, etc,. e, depois, com maior clareza, ao pronunciar as palavras: “Pai nosso, que estás no céu”, etc. Pois com isso Ele quer ensinar que nossa oração deve dirigir-se a Deus como nosso Pai misericordioso e amável, por graça e fé. E não como um tirano ou juiz irado, etc. Ora, ninguém pode fazer isso, se não tiver fé na Palavra de Deus de que Ele deseja que O chamemos de Pai e que prometeu-nos ajudar e atender-nos como um Pai pleno de amor. Além disso, é preciso que creia no coração que pode chamar confiantemente a Deus de seu Pai e suplicar-Lhe com confiança sincera, crendo firmemente que sua oração foi atendida e que pode esperar ajuda, sem méritos e dignidades da nossa parte. Isso os fariseus, com sua doutrina e prática de oração, enuviaram e tornaram incerto e inseguro. Triste.

Nenhum desses elementos da oração, entretanto, está presente naquela oração dos fariseus, os quais não pensavam outra coisa senão, em realizar a obra para, assim, serem considerados pessoas santas que gostam de orar, ou como a gente cuja doutrina e prática da oração, no passado e no presente, é realizada para ‘encher a barriga’. Eles, inclusive, tanto se afastaram da oração feita com semelhante fé auto sugestionada, que chegaram a considerar tolice e audácia alguém alegar que tem certeza de que sua oração é agradável a Deus e será atendida, apesar dos nossos méritos, dignidades, boas obras. E mesmo que tenham orado, fizeram-no como mera ‘aventura’, despertando com isso, terrivelmente a ira de Deus pela descrença e pelo abuso de Seu nome, contrariando o primeiro e segundo mandamentos.

Por isso, grava bem, agora, que não pode haver oração genuína sem semelhante fé que o Espírito Santo dá e sustenta. Se, porém, você se sente fraco e tímido, (uma vez que a nossa carne e o sangue se estão ‘trancando’ constantemente contra a fé), como se não merecesse ou tivesse aptidão e ardor para orar, ou se tiver dúvida se Deus lhe ouviu, por ser uma pessoa pecadora, atenta, somente, para a Palavra de Deus e diz: mesmo que eu seja pessoa pecadora e indigna, eu tenho aqui o mandamento de Deus que me ordena orar, e Sua promessa de que me atenderá misericordiosamente, não mercê de minha dignidade, mas do SENHOR Cristo. Com isso, diferente dos fariseus, você pode livrar-se das considerações da razão e inteligência incrédulas, e dúvidas do coração corrupto por natureza e ajoelhar-se tranquilamente e suplicar, sem considerar se você é digno ou indigno, mas, apenas, atentar para sua necessidade e Sua Palavra na qual Ele manda que você se fie. Principalmente, também, porque Ele lhe apresentou as palavras e as botou na sua boca, mostrando como e pelo que você, pessoa crente presente, deve suplicar (como veremos no Pai-Nosso), para que, em alegre confiança, você deixe esta oração elevar-se por meio dEle e possa depositá-la em seu seio, para que Ele, por Sua dignidade, a apresente ao Pai, que tudo faz segundo Lhe apraz.

Jesus Cristo ensina os Seus discípulos a orar. Sem dúvida, a oração é uma necessidade natural do coração humano, mas isso ainda não lhe empresta validade perante Deus. Mesmo quando praticada em disciplina e com experiência farisaica, pode ser estéril e sem promessa.

 

 

 

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com