E quando orares…

No santíssimo Evangelho nós lemos que Jesus Cristo disse: “E quando orares, não deves ser como os hipócritas que gostam de se postar orando nas sinagogas e esquinas nas ruas, para serem vistos pelas pessoas. Em verdade vos digo: eles já receberam sua recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora a teu Pai em secreto; e teu Pai que enxerga o secreto, te recompensará publicamente” – Mateus 6.5-6.

Depois da esmola ou do fazer o bem ao próximo, também este ato cabe à pessoa cristã, justa e salva, por graça: que ela ore. Pois assim como a necessidade desta vida exige que façamos o bem à pessoa próxima e que vamos ao encontro de sua carência (pois é para servirmos e ajudarmos um ao outro / uma à outra que convivemos na terra), assim, também, o fato de, diariamente, nos encontrarmos em toda a espécie de risco e carência nesta vida, os quais não podemos evitar, faz com que sempre precisemos, também, invocar a Deus e buscar auxílio tanto para nós como para todo o mundo. Ora, dar esmolas adequadamente já é um ato raro no mundo, não só por causa do roubo e da ladroagem generalizada no mundo, onde ninguém, fora da fé, dom de Deus, faz o bem à pessoa próxima e cada qual, no geral, só cuida, em última análise, do que é seu, como se fossemos viver eternamente na terra, sem se importar com a pessoa semelhante, em sua precisão. Além disso, mesmo ao praticar atos bons, somente se busca o próprio interesse, tanto é que o mundo está cheio de ladrões e assaltantes à esquerda e à direita, na esfera física e na espiritual, nos atos bons e nos maus.

Da mesma forma, ao longo da história, também a oração em conformidade com o santíssimo único-salvante Evangelho de Jesus Cristo, é e foi um ato raro que ninguém pratica senão a gente feita cristã, transluzida pelo Espírito Santo, que conforma com o único Remidor. E Cristo o mostra aqui como os fariseus, Seus contemporâneos, o faziam nas sinagogas, em todas as esquinas de rua. Ao longo da história, ao modo do Evangelho, foi necessário, condenar e rejeitar muita doutrina e vida de oração auto justificada nas sinagogas, nas igrejas, nos mosteiros, nos conventos, etc.; pois ali se ficava murmurando e ‘carpindo’ dia e noite em cantorias, hinos e orações de própria inventiva. E disso o mundo estava e está cheio e não havia e nem há carência da oração como uma boa obra que tinha e tem como motivação a fé ruim e o amor que o ser humano auto concede e tira, segundo e conforme lhe apraz. Por isso mesmo, o SENHOR Cristo, nos fariseus, nos edifica, exorta e consola. Ele condena e rejeita a oração deles porque ela tem como centro a fé, teologia, culto e piedade auto inspirada.

Jesus Cristo para o nossa edificação, exortação e consolo censura e repudia toda a oração dos fariseus, que com tanto empenho a praticavam, só para fazer ‘grau perante as pessoas próximas’. Quanto mais é e foi condenável a doutrina e vida de oração e reza de quem, lucrando com isso, o fez e faz, só para ‘encher a barriga’, agradar ‘os olhos, a razão, os sentidos’ de gente circundante, que crê, ensina e confessa, em última análise, ser possível barganhar com Deus – ou lucrar com a ignorância do pequenino rebanho de Cristo. A doutrina e prática de oração dos fariseus, além de buscar o aplauso das pessoas, ora a troco de dinheiro. E, ao fazê-lo, murmuram ou fazem, quando muito, uma ladainha de palavras que impressiona e comove a carne e o sangue, sem qualquer participação, entendimento e fé, como se fossem ‘sinos ou instrumentos musicais’. Além disso, os fariseus, do passado e do presente, ainda levavam e levam a fama de serem as únicas pessoas que podem orar, enquanto que as outras, ocupadas com as ‘coisas do mundo’, não poderiam orar ou servir a Deus. Eles iludem a gente cuja doutrina e vida de oração não é conformada por Cristo. Por isso fazem e querem fazer com que creiamos que, somente eles tinham e têm que orar em nosso lugar, a ponto de nós, com nosso dinheiro e recursos, os tratemos e transformemos em nossos senhores e ídolos.

 

 

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com