HUMILDES DE ESPÍRITO

A fé auto dada ou auto gerada, em resumo, ensina e professa: se uma pessoa é bem-sucedida aqui na terra, essa é bem-aventurada e está em boa situação – inclusive ante Deus. Assim sugere e doutrina o coração, mente e espírito com achismo palpiteiro. No entanto, Jesus Cristo assevera, sem logro, dolo ou má-fé: “Bem-aventurados os humildes de espírito, pois deles é o Reino dos céus.” Ele condena e rejeita a fé, o ensino e a confissão de toda e qualquer pessoa que afirma: ‘se nós somos pessoas piedosas e servimos a Deus, então Ele nos dará tudo na terra e não nos deixará faltar nada’. Davi, salmodia, no Salmo 144.8,13-15a., resumindo tal doutrina e pregação terrenais: “… que transbordem os nossos celeiros, atulhados de toda sorte de provisões; que os nossos rebanhos produzam a milhares e a dezenas de milhares, em nossos campos; que as nossas vacas andem pejadas, não lhes haja rotura, nem mau sucesso. Não haja gritos de lamento em nossas praças. Bem-aventurado o povo a quem assim sucede!”

Sim, é graça, é dádiva, é bem-aventurança quando Deus, em Sua complacência, nos cumula de bênçãos terrenas. No entanto, isto não é o Reino dos céus. Razão pela qual Jesus Cristo ergue a voz, dizendo que é preciso algo mais do que ter o suficiente ou abastança aqui na terra, como a dizer: ‘caros/as discípulos/as, quando forem pregar ao povo, irão constatar que quem não prega e ensina na perspectiva do Reino dos céus, ensina e crê o seguinte: quem é rico, poderoso, etc. é completamente bem-aventurado e, por outro lado, quem é pobre e miserável, essa pessoa está rejeitada e condenada por Deus. Aliás, quem desconsidera o Reino dos céus está firmemente persuadido da crença de que, se uma pessoa é bem-sucedida na terra, isso é um sinal claro, evidente e inequívoco de que Deus lhe foi gracioso, e vice-versa. A razão para isso é o fato de terem muitas e grandes promessas de bens terrenos e corporais da parte de Deus, que ele quer dar às pessoas piedosas. Nisto creem e confiam, pensando que, se tem essas coisas, estão bem com Deus. No entanto, isto significa uma falsa fé.’ Vejamos. O livro de Jó é um exemplo clássico e evidente da fé, ensino e confissão contrária à pregação de Jesus Cristo, presente nos discursos e falas dos amigos dele. Eles discutem, debatem e insistem em que Jó devia ter grande culpa perante Deus e o apontam como quem estava sendo castigado por causa disso. Por isso deveria confessar a sua culpa, converter-se e começar uma vida pia, assim, Deus, como mérito e recompensa, novamente, tiraria o castigo, etc. Tal fé é meramente terrena e terrenal, razão pela qual é condenada por Deus nos capítulos finais.

A pregação de Jesus Cristo é libertadora e consoladora. Ela acaba com a ilusão e arranca do coração um dos maiores empecilhos para a fé que o Filho de Deus quer que esteja em curso na vida de Seus/Suas discípulos/as. Jesus Cristo não fortalece, nem instiga e nem sequer inflama no coração o verdadeiro ídolo Mâmon – Mt 6.24; Lc 16.9. Fica pergunta: será que o dinheiro e os bens terrenais endeusados e idolatrados não desconsideram, por completo, a Jesus Cristo e Sua doutrina? Fé, ensino e confissão que se opõem à pregação de Jesus Cristo resultam em pessoas avarentas e que se preocupam, o máximo possível, para ter o suficiente e dia bons, sem qualquer carência e adversidade. E, assim muita gente foi/é levada a pensar: ser for bem-aventurada a pessoa que está de bem com a vida e tem muitos bens terrenos, então, eu tenho que dar um jeito para não ficar para trás. Que ledo engano!

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com