Jesus veio, se apresentou e abrindo a boca disse, com clareza: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos. Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo? Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” – Mt 5.43-48.
Injuriar e amaldiçoar dizem respeito, somente, ao ministério da reconciliação, se e quando são realidade, em conformidade com a Palavra. Ora, em João 16.8 está escrito que a obra do Espírito Santo é acusar o mundo hostil a Cristo e Seus méritos, Seu Evangelho e a fé. É Ele quem pune, castiga, repreende, admoesta, adverte, censura, chama à atenção e acusa a fé, ensino, confissão e consequente condenar e rejeitar que põe a perder os Meios da Salvação. Aliás, se eles foram e estão perdidos, quem de nós, por seus próprios méritos e dignidades haveria ou haverá de ter colocado em curso na sua vida perdão dos pecados, vida e salvação, cá e eternamente? O reino de Cristo é o reino da paz. Contudo, a paz em Pessoa e Seus méritos não podem e nem devem ser blasfemados, obscurecidos de modo tal que ninguém posso ser justificado e salvo por graça mediante a fé nEle. O Espírito Santo ‘abre’ os olhos do mundo a respeito do que é, de fato, pecado. Ele estabelece a culpabilidade do mundo. E, repreendendo, notifica à penitência a quem quer que seja, em Igreja quer em Sociedade, já já, sem rodeios e meneios, de modo tal que a obra da salvação de Jesus Cristo não seja e nem sequer tenha sido em vão para pessoa alguma. Contudo, nem assim se penitencia.
O Espírito Santo, para acusar o mundo, não pode e nem deve fingir nem bancar o bonzinho e dizer o que ele gosta de ouvir, de modo que continue propalando, aos quatro ventos, a sua fé, teologia, culto e piedade sem amparo na viva voz de Deus. Por isso mesmo o Espírito Santo acusando, tem que repreendê-lo e condená-lo e falar duro com ele, assim como Cristo clama “ais” sobre seus fariseus em Mateus 23.13ss. E como o apóstolo Paulo, no correto e insofismável exercício do ministério da Palavra, diz a Elimas em Atos 13.10: “Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perverter os retos caminhos do Senhor?” E também Estêvão, mártir da fé em Jesus Cristo, ensina e prega uma passagem dura e pungente e insofismável perante os sumos sacerdotes em Atos 7.51-53. Mas especialmente o apóstolo Paulo, em Gálatas 1.8, ‘joga’ toda fé, ensino e confissão auto justificada num só monte e declara ‘anátema’ a toda gente que vem, se apresenta, e abrindo a boca, ensina e prega evangelho que não é o Evangelho pelo qual se é salvo. O ‘anátema’ dele significa: que tal gente ensinadora e pregadora seja excomungada e maldita e jogada no abismo do inferno. Porquanto ele vem, se apresenta, e abrindo a boca fala não por sua própria inventiva e especulação. Paulo anatemiza quem não foi chamado, vocacionado e nem sequer enviado e incumbido pelo próprio Deus, que se revela a nós em e mediante Cristo, o único que nos justifica e salva por Seus méritos, dignidades, benefícios. E, isso, contanto, que nEle creiamos mediante o Evangelho pregado por Cristo e Seus apóstolos.
Por fim, como vês, é assim que procede a Palavra de Deus – que o mundo hostil a Cristo condena e rejeita –: Ela, sem ódio, ataca o mundo, tapa a boca de senhores/as e autoridades, em Igreja e Sociedade. Ela repreende e amaldiçoa toda e qualquer opinião e especulação sobre Deus, embasada no ser humano e sua sabedoria e conhecimento. Isto que Ela faz não compete a mim e a ti como pessoa cristã individual fora do ministério da reconciliação e da doutrina da fé e da pregação cristológica.
