Quem merece respeito são as pessoas

Causas e causas. Fobias e mais fobias. Ismos e mais ismos. Nós contra eles. O mundo está muito cheio de adjetivos, ideias e ideais, bandeiras e reivindicações. Está muito chato.

Desde o advento do politicamente correto, quando fomos orientados a não usar mais os adjetivos corretos para determinado tipo de pessoas, não podemos mais falar que uma pessoa de baixa estatura é baixinha, mas apenas que sua sombra não é do tamanho adequado. Da mesma forma, alguém que detém um aparelho nasal mais avantajado não pode ser mais chamado de narigudo, devemos dizer que ele nasceu com o rosto mais afastado do que o resto. Tornou-se piada.

A constante taxação e doutrinação do que é certo ou errado em nosso cotidiano iniciou há muito tempo, mas vem sendo utilizado como bandeira atualmente em todos os cantos nas redes sociais. Não chamam mais de ‘politicamente correto’, chamam de ‘respeito mútuo’ ou transfiguram tudo com ‘fobias’. É o retrato de uma falta geral do que fazer neste mundo e da vida confortável que vem sendo vivida por grande parte das autointituladas elites.

Uma recente notícia veiculada por poucos sites deu a entender que um rapaz jovem, não querendo se relacionar com uma pessoa transexual, foi denunciado como homofobico para a justiça e terá que se defender da ‘injúria e danos morais’ causados à pobre trans. Quando li este material, que não foi a público, pois não coaduna com os movimentos da grande imprensa, me assustei e notei que estamos chegando a um beco sem saída, onde deveremos ou baixar a cabeça ou brigar por respeito.

Da mesma forma que todo mundo, uma pessoa trans merece respeito. Mas isso também se aplica ao dito cujo rapaz que não quis se relacionar com a primeira. Não exercer a mesma opção sexual de outros agora é crime? Escolher ser heterossexual e se orgulhar disso pode ser considerado falta de respeito?

O nosso querido e já falecido amigo Luiz Benedito, que escreveu uma coluna de bem-estar neste jornal durante anos era homossexual assumido e tinha uma frase: “O problema não é ser homossexual, o problema do mundo é a viadagem”. Da mesma forma que não é bonito ver um casal hétero se pegando num boteco, um casal gay gera o mesmo mal estar se estiver se excedendo. Mas, os garçons que o digam, tentem avisar a este casal que está exagerando nas carícias dentro de um espaço onde outras pessoas se constrangem e já vem a acusação de homofobia.

Estranho foi ver uma entrevista com um representante do movimento negro que afirmou estar correto quando o Magazine Luiza fez concurso somente para pessoas negras. Quando o entrevistador perguntou se, nos mesmos moldes, estaria certo haver uma seleção somente para brancos, o representante negro levantou a voz e disse que seria falta de respeito e preconceito.

Igualdade não é ter o direito de pisar nos outros ou impedi-los de viver como querem, alegando uma dívida histórica muito questionável 150 anos depois. Respeitar as outras pessoas independentes do que é, faz, professa, acredita ou pensa é uma verdade máxima no meu mundo. Meu pai, já falecido, sempre dizia que não respeitava brancos, negros, homo ou heterossexuais, ele apenas respeitava as pessoas.

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