Sal Insosso

A pessoa que dá fé ao ‘sal insípido’ e sua prática correspondente caia na armadilha como cega, e como tola se torna prisioneira de qualquer um/a que fala ‘bonitinho’. E, aí, logo logo, a pessoa seduzida começa a fazer o que o ‘homem’ diz, vindo a ser tão ‘escrava’ a ponto de não mais poder se defender do menor engano. Jesus Cristo avisa com antecedência, mas…

O próprio Senhor Cristo nos previne e adverte de que as coisas aconteceriam desse modo. Até agora, ainda não apareceu ninguém que soubesse se pôr a salvo de quem é e tem sal insípido em curso na sua vida, fé, teologia, doutrina. E, se nós que nos confessamos pessoas justificadas por graça mediante a fé em Jesus Cristo não formos corajosos/as e não nos empenharmos para preservar esse artigo da fé salvadora, acontecerá também conosco que não ficaremos com nenhum artigo correto e puro e não cessaremos de errar e de nos dividir em hordas cismáticas, até que tudo se acabou, até que nem pregação nem ensinamento que volta para as Escrituras pode resolver qualquer coisa junto a nós, infelizmente. Neste caso, com perdão das palavras, como ‘porcos e gado’, renegarão a Palavra e a Cristo, e isso, infelizmente, já ocorreu na grande multidão petulante, como recompensa para o desprezo e a ingratidão com o Evangelho, a fé, o Espírito, o culto. Mas, quem se importa com isso, hoje?

“Vós sois o sal’ – não: vós deveis ser sal! Não depende dos discípulos quererem ou não quererem ser sal. Não estamos diante de um apelo aos discípulos para que se tornem o sal. Eles o serão, quer queiram quer não, no poder do chamado que os atingiu. Vós sois o sal – e não: vós tendes sal. Seria uma restrição se quiséssemos afirmar que o sal consiste na mensagem dos discípulos. Porque está envolvida toda a sua existência, na medida em que é renovada pelo chamado de Cristo ao discipulado, a existência da qual falam as bem-aventuranças, à renuncia, ao guardar de tudo o que Ele ensinou. Quem, atingido pelo chamado de Cristo, está no discipulado, é, através deste chamado, o sal da terra com toda a sua existência, sua fé, seu ensino, sua confissão e seu consequente condenar e rejeitar sal insípido.

A alternativa é se tornar o sal insípido, deixar de ser sal, ou seja, deixar, então, de ser ativo pela fé em Jesus Cristo, Seu Evangelho, Sua doutrina. Neste caso, o sal que não salga, evidentemente, para nada serve senão para ser lançado fora. Esta é a distinção do sal: tudo necessita ser salgado. Tudo pode ser salgado pelo sal, mesmo o elemento mais deteriorado. Somente o sal insípido está definitivamente perdido. Este é o outro lado. É o juízo ameaçador que paira sobre a Igreja da Palavra, fundamentada na doutrina dos apóstolos e dos profetas. A terra é e deverá ser salgada pela Igreja como Corpo de Cristo, que é reunida e sustentada pela Palavra e Meios da Graça de Deus. Nela cada membro é uma pessoa crente batizada. A Igreja que decai da fé para a incredulidade deixa de ser Igreja; e está, definitivamente, condenada. O ser chamado por Cristo significa ser o sal da terra ou destruição; ser pessoa discípula – ou destruição pelo próprio chamado de quem for chamado/a pela fé na Palavra de Deus.

Isto posto, convém estar ciente de que uma segunda chance de salvação não há, para quem é e foi sal insípido. Não pode havê-la. Porque não apenas o efeito invisível do sal é atribuído aos discípulos com o chamado de Jesus, mas, também, o brilho visível da luz: “Vós sois a luz do mundo” – uma vez mais, não: vós deveis ser a luz do mundo, mas, sim: ‘Vós sois’.

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com