Ser uma pessoa em quem o Espírito Santo colocou o Evangelho de Jesus Cristo em curso é uma graça. E, tão logo que começamos a ser pessoas crentes e batizadas ao modo do Evangelho, aprendemos que a vida cristã é cruciforme. Mais. Que prantear e chorar existe de forma comum, mas também de forma incomum. Melhor. Que somente as pessoas cristãs sofrem e vivenciam o prantear e chorar pela fé em Jesus Cristo que disse: “bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.” Amar a Deus e a Sua Palavra e fazer o que Ele ordena são imperativos. E, cada pessoa em seu próprio ofício, estado e profissão, presenciará que não faltam, no mundo, sofrimentos. É possível constatar no convívio com as pessoas que existe muita contradição que nos fazer doer o coração, tanto na Igreja quanto na Sociedade. Nos confrontamos, diariamente, com inveja, ódio, escárnio e zombaria, ingratidão, desprezo e blasfêmia. Além disto, uma pessoa cristã se vê transpassada em alma e coração pelo que tem que sofrer. A carne, o diabo e o mundo afligem o ser da pessoa crente em Jesus Cristo com torturas incessantes, que se aguenta, obviamente, somente, pela fé nas Suas promessas.
O mundo não quer saber do pranto e do sofrimento da pessoa discípula de Jesus Cristo. Por isso, ele procura posições e modos de vida que lhe proporcionem dias agradáveis e onde ninguém lhe cause qualquer sofrimento, como foi/é o estado de gente que se porta como ‘flauta subornada’ – que cega no regime temporal e no estamento espiritual. Ele não consegue se conformar com a ideia de servir a outras pessoas no estado divino somente com preocupações, fadiga e trabalho e receber em troca apenas ingratidão e desprezo e outras perfídias maldosas. Por isso, se as coisas andam como ele quer, um olha para o outro de cara azeda e tudo o que as pessoas saber fazer fora da fé em Jesus Cristo, no contexto de contradição, é bufar, praguejar e trovejar, usando, inclusive, os punhos, e estão logo dispostos a empenhar até bens e honra, terras e filhos/as. Deus, porém, arranja as coisas de tal maneira que elas não conseguem sair ilesas, sem ver e sofrer qualquer tormento. E, como recompensa, por não quererem saber de pranto e sofrimento na Palavra, não obstante, ainda assim sofrem, quer o queiram quer não. Ademais, o que é pior, ainda assim duplicam a situação adversa com grande raiva e impaciência e adoecem o sistema nervoso. Razão pela qual o corpo, a mente e o espírito adoecem – ausentes de consolo e de boa consciência. Já as pessoas bem-aventuradas que choram, porém, têm o benefício que, apesar de sofrerem, são e serão consoladas, cá e lá.
Quem quiser ser um filho ou uma filha de Deus e ter parte na promessa de Cristo, deve estar registrado na lista daquelas pessoas que estão dispostas a ajudar a suspirar e prantear, para que seja consolado/a, conforme diz na bem-aventurança. Para isso temos um exemplo em Ezequiel 9: Deus enviou seis homens com armas mortíferas para a cidade de Jerusalém. Um deles, porém, é enviado com apetrechos para escrever, com a incumbência de passar pelo meio da cidade e marcar com um sinal na testa a todas as pessoas que gemiam e sofriam com a escandalosa situação que estavam presenciando e que lhes traspassava o coração com sofrimento. E as pessoas que levavam a marca viveriam. Todas as demais deveriam ser mortas porque, de modo algum, se deixaram demover da incredulidade e da impenitência.
Esteja, pois, ciente que a promessa da bem-aventurança de Jesus Cristo é dirigida às pessoas que têm o Evangelho em curso na sua vida. Elas, embora, no mundo não vejam e nem vivenciem nada além do que sofrimento e miséria, por fim, quando o mundo estiver no auge da presunção e viver pleno de incredulidade e impenitência na doutrina e na fé, a ‘roda gira ao contrário’ e, de repente, lhes sobrevém a desgraça, na qual têm que ficar e perecer, apesar de que Jesus Cristo lhes fez promessas consoladoras que convocam à fé. Que isto não aconteça!
