Jesus Cristo, o nosso único, suficiente, necessário, indispensável SENHOR e Salvador, disse: “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Não expulsamos diabos em teu nome? Não fizemos muitos feitos em teu nome? Então lhes confessarei: jamais vos conheci. Afastai-vos de mim todos, seus malfeitores” – Mt 7.22-23.
Amparado e fundamentado no que Jesus Cristo me ensinou eu não quero ouvir e nem quero saber nada do que adversa ou obsta à Sua doutrina. Mesmo que ou ainda que viesse um anjo do céu e ressuscitasse mortos diante de meus olhos, porque Cristo me ensinou e advertiu com as palavras acima, eu vou apega-me à Palavra, ao púlpito, ao Sacramento do Altar. Onde eles estiverem, aí tu me encontrarás. Nisto permanece tu também e já não precisas mais correr, feito doido seduzido, atrás de outra coisa, por maior que seja a novidade. Em parte alguma estarei mais próximo de Cristo do que onde estiver o único-salvante Evangelho, o Batismo, a Ceia administrada em conformidade com as cristofanias, o ministério da pregação, em sua acepção legítima e necessária. Com eles sou conformado com Cristo e o Espírito Santo coloca o Evangelho em curso na minha vida, e através deles o próprio Deus fala conosco e age em nós. Ele diz igualmente: quer sejas pai ou mãe, autoridade secular, senhor, submisso ou servo, etc., permanece em teu estado ordenado por Deus. Aí tu o ouves falar e ali Ele mesmo está presente. Por que corres que nem um louco por montes e vales, onde não se prega nenhuma Palavra de Deus e, não obstante, ficas de olhos arregalados presos nos sinais do diabo, como se Cristo estivesse onde a sua Palavra não está? É assim que se deveriam rebater os pregadores, mestres, ensinadores, doutores autofeitos que vêm aí com seus costumes religiosos, com referências aos pais da Igreja, concílios e tantos sinais e milagres, com os quais querem consubstanciar sua causa autoinovada. Para lhes dar uma resposta breve, vamos, pois, comparar as duas coisas: aqui tenho a Palavra de Cristo, que me dá certeza e que já está confirmada do modo mais sólido pelo mundo inteiro. Em contrapartida, venha quem vier com a doutrina e os sinais seus, que me remetem a orações e rezas autoinovadas, peregrinações, veneração de pessoas ajuizadas como santas, fés, teologias, cultos, piedades autoinovadas e outras obras especiais de escolha própria que deveria fazer para ser justificado e salvo. Aí não se fala de Cristo, nem da fé, do Batismo, do Sacramento, tampouco de obediência da fé e das boas obras que devo fazer ao próximo em meu estado, conforme Cristo me ensina, e, sim, justamente o contrário. Por isso, não pode tratar-se de sinais autênticos, e sim, tanto a doutrina quanto os sinais são embuste do diabo. Deste modo poderíamos muito bem reconhecer e julgar todos os sinais falsos e dizer: sinal para cá, sinal para lá, tudo isso não me importa, ainda que ressuscitasses mortos diante de meus olhos, pois tudo isto pode enganar. A Palavra de Deus, porém, não me engana. O diabo pode muito bem bobear e enfeitiçar o povo, fazendo uma pessoa parecer morta por algum tempo e depois fazer com que recupere os sentidos, como se tivesse sido ressuscitada dos mortos: ou, então, pode danificar o olho de alguém ou outro membro qualquer e depois curá-lo novamente, para que se pense que isto aconteceu por um milagre. Assim, também, Deus determina que também aconteçam verdadeiros milagres para castigo daqueles que não atentam para a verdade, conforme nos diz o apóstolo Paulo – 2Ts 2.9-12 –, e para advertência dos outros. O povo chega a tal extremo no desprezo de Sua Palavra e na ingratidão, que nenhuma ira é grande demais para castigá-lo. O mesmo, também, acontecerá novamente a nós, se o mundo hostil a Cristo que peca tão gravemente ainda durar por muito tempo. Nesse caso, a situação ainda ficará muito pior em termos de toda sorte de embustes e sinais. Não obstante, poucos/as o creem, de coração.
P. Airton Hermann Loeve.
