Capitalismo e criminalidade: causa e consequência

O homem, nos primórdios da vida em sociedade, tinha para si a ideia de que a terra era o centro do universo, acreditando que a humanidade era a finalidade única de toda a criação.

Com a descoberta científica de que o sol é o centro da terra, a humanidade se viu em crise, pois perdeu todas as convicções que orientavam sua existência. Se anteriormente o homem era regido por leis tidas como divinas e imutáveis, a partir deste marco histórico as normas passam a ser ditadas pelos próprios homens em sociedade, na busca de uma melhor convivência.

Em seguida, como o surgimento da indústria, estabeleceu-se uma sociedade de produção onde, para participar da rede social, o homem deveria PRODUZIR, buscando cumprir as normas impostas pelo Estado, pela Igreja e pela família, pois assim “alcançaria o progresso pessoal e social”.

Entretanto, com o excesso na produção, se fez necessário “adaptar” o homem dentro da estrutura social, para que consumisse os produtos da intensa expansão industrial, pois só assim o sistema capitalista então implantado poderia ser mantido. O trabalho braçal é substituído por máquinas e para pertencer à sociedade não é mais preciso produzir, mas sim CONSUMIR. SE ANTES ERA MARGINAL O SUJEITO QUE NÃO PRODUZIA, AGORA SÃO MARGINALIZADOS E DISCRIMINADOS AQUELES QUE NÃO CONSOMEM.

Se o passado da humanidade foi marcado por rígidas normas morais, impostas por instituições como a Família e a Igreja, na atualidade tais mandamentos são deixados de lado, pois para manter o sistema de consumo é necessário que o homem veja o consumismo como único caminho para alcançar a felicidade. PARA NÃO SER MARGINALIZADO É NECESSÁRIO APENAS CONSUMIR, NÃO IMPORTANDO A MANEIRA COMO É GANHO O DINHEIRO QUE POSSIBILITA TAL CONSUMO.

A partir disso, e sem os “freios” impostos pela Igreja e pela Família, há muito tempo sufocadas pelo sistema consumista, a criminalidade desponta como meio rápido e fácil para PODER CONSUMIR e, assim, integrar o atual sistema capitalista desumano e degradante.

“Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência.” (Karl Marx)

NOTA: Este texto foi anteriormente publicado neste mesmo espaço e sua republicação, com algumas alterações, se justifica pela iniciativa que estamos desenvolvendo em conjunto com a Pastoral Carcerária da Lapa, Tribuna Regional da Lapa e sociedade civil com a finalidade de revisarmos os processos daqueles que se encontram encarcerados na delegacia de nossa cidade e oportunizarmos a eles condições para que não voltem a cometer crimes, afinal, é chegado o momento, pelo bem de todos, de nos engajarmos na luta por uma sociedade mais humana, fraterna e justa.

Entre em contato no endereço:

josiascamargojr@gmail.com

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